Pensamentos, idéias, histórias... Nathalhices!

Minhas aventuras pela Terra Santa!

sexta-feira, setembro 29, 2006

Flatmate-prova-vinho... E o Sujinho?

Já se passaram três dias daquela noite, e nem sinal do meu Sujinho. Acho que meu flatmate temporário, Michel, tinha razão mesmo. Desde o comeco, me disse `Não fica apaixonada, ele vai conseguir o que quer e vai vazar` (não com essas palavras, obviamente). Eu, não sei por que diabos, pensei que esse fosse ser diferente. Nos últimos anos, me preocupei apenas em aproveitar e deixar rolar, totalmente desencantada. Mas o Sujinho Inglês... Bom, se não foi, não tinha que ser. Bola pra frente! Né? Parece que, no fundo, tem aquela maldita coisinha que não morre mesmo, a tal da Esperança...

Hoje fiz a prova mais importante do ano, a prova final do curso de verão de hebraico, que determina se eu posso passar pro último nível ou não. Acordei às seis e meia, tomei aquele banho, coloquei chocolates e sanduíche na bolsa, clima de vestibular. Comprei água mineral e sentei no meio do auditório lotado.

Todas aquelas pessoas com as quais eu me acostumei - a japonesa que nem é judia e sabe o Antigo Testamento como ninguém, a alemã que vivia no bairro ortodoxo e era gaga, o sul africano religioso que tem cinco filhos e me pediu em casamento (?!), as minhas novas amigas Dina (dinamarquesa por acaso, devia ser brasileira) e a Reneta (como a professora chamava a Renata, a paulista, que é gente boa). O argentino estranho, os professores não se segurando e rindo das minhas piadinhas. Recebi até abraço da minha professora no último dia. Por um segundo, deu tristeza de me despedir desse capítulo tão intenso - mas foi um segundo mesmo, passou rápido.

A prova terminou às 13h, e às mesmas 13h eu tinha marcado com mais de 20 pessoas, na minha futura casa, as entrevistas com os interessados em dividir o apê com a gente (me mudo semana que vem pro bairro mais fancy de Jerusa, com um flatmate que e o máximo, o Gal). Tentei fazer tudo organizadinho, cada um tinha seus quinze minutos. E não estranhem, aqui é assim mesmo, os estudantes saem das asas dos pais, trabalham e dividem apê com outros estudantes, do nada. Cada figura... Anunciamos no site que é o canal - e não à toa se chama homeless.
Gente de todo tipo. Fora as que marcaram hora comigo, umas 15 outras simplesmente apareceram, isso tudo entre às 14 e 18h.

Era tanta gente que, em pouquíssimo tempo, já não lembrava de ninguám. O melhor critério de seleção foi o proposto pela Dina `Pergunta o quanto a namorada dele grita quando goza`. Mas não, não fiz isso, relaxem. Minha seleção foi por sexo mesmo (calma, galera!), eu não quero morar com mulher, mulher é problema.

Bom, depois desse dia-maratona, liguei pro Ricardo e propus um Bolinat. Eu mal conseguia andar, tão grande era o cansaço. A noite estava estranhamente quentinha, e eu queria tomar um vinhozinho. Na verdade, eu acho que quis ir até o Bolinat pra ver se encontrava com o meu Sujinho... Frustrada, quis correr pra Babete, mas não tive cia. Derramei todo o vinho no Ricardo, que voltou rapidinho pra casa. Não escolhemos flatmate, não vi meu Sujunho. Espero que, pelo menos, tenha passado na prova. E amanhã, finalmente.... Cidade dos Pecados, lá vou eu! Tel Aviv, eu mereço!!! Mas a tal da Esperança...

segunda-feira, setembro 25, 2006

Insensato destino

Destino, porque fazes assim?
Tenha pena de mim, veja bem não mereco sofer
Quero apenas um dia poder viver num mar de felicidade
Com alguém que me ame de verdade
(do cd Casa de Samba)


Eita Sujinho pra dar trabalho. Rosh Hashana passou - três dias de muita comida e, pra mim, tempo de colocar em dia todos os episódios da minha novela israelense Alufa (já contei sobre ela, lembram?). E eu continuei esperando action. Não demorou nada. Às onze da manhã de sexta feira, eu estava na Rodoviária Central de Jerusa, comprando presente pra minha família de Pardesya, quando a minha musiquinha tocou. Ele queria me desejar feliz ano novo e, porque não, perguntar quando eu voltaria de viagem. Respondi que no domingo à noite, quando voltassem a circular os ônibus. Pois bem.

Chega domingo. Tinha combinado de sair com o Ricardo e a Bruninha - atores principais nas minhas Nathalhices e protagonistas das nossas melhores histórias. Pelo roteiro combinado, Bolinat e Gong, sabia que as chances de encontrar com o meu Sujinho eram grandes. Saí de casa arrumada como acontece poucas vezes nessa Terra. O ônibus levou uma hora mais do que o normal pra chegar a Jerusa, e eu já estava impaciente com esses trânsitos das festas. Bom, cheguei e, depois de ter meu modelito e bolsa zoados pela Bruna, saímos. O Bolinat surpreendeu, com ums pessoas estranhíssimas. Mas tá, sempre vale a pena, tudo.

Terminamos o café e ficamos na dúvida se nossa noite continuaria ou não. Por via das dúvidas, circulamos. O Gong também estava fraco. Sinal de que alguma coisa estava bombando nessa província. Minha próxima sugestão foi o Irish pub que eu já tinha ido com o Sujinho (Dá-lhe perseguição!) na fatídica noite do bilhetinho. E não é que achamos a bombação? O pequeno pub agregou o bar ao lado e juntos fizeram uma mega festa, com fila na porta e tudo! Nos olhamos, indecisos. De voltar pra casa e dormir pra festa bombante? Sim, claro. Da apertada fila, juro, olhei pra dentro e vi os óculos do Sujinho. Eu sabia! Uma coisa extremamente incomum comecou a acontecer com a amiguinha de vocês: frio na barriga e rosto vermelho de vergonha. Não me reconheci! Entrei e fomos direto pro bar, não deixei que me visse. Surpresa melhor foi saber que o shot de whisky estava por 10 shekels, caiu como uma luva nessa hora. De pista em pista, fomos dançar! Parêntesis: eu nao sei mais dancar!!! Velha!! Fecha parêntesis. Então. Daqui a pouco, passa o Sujinho do meu lado, seguido do Bonitinho! Eu virei o rosto pro Sujinho e o Bonitinho veio me abraçar. Além da vergonha, tinha um pretexto: o Bonitinho não podia saber de mim e do Sujinho. Os comentários da dupla Bruna&Ricardo nao demoraram: Ai , Nathalia, só tu pra trocar esse gracinha pelo horroroso.
Defendo: ele não é horroroso, é muito simpático e tem um alto astral raro por aqui. Enfim, quem pega sou eu, eu que tenho que gostar!

O tempo passou e eis que resolvemos que nossa jornada estava no fim, pelo menos por ontem. Planejamos um waffle na Babete e casa. Eu estava bem alegrinha, diga-se de passagem. Pedi pro Ricardo mandar mensagem pro Sujinho do meu celular, Te espero aqui fora. Ele foi. Disse que eu era maluca (Ohhh) e que ele me ligaria quando saísse de lá. Bom menino, saiu e eu ainda estava ali perto, fumando um cigarro. Bom, eis que ele liga e combinamos de nos encontrar na portaria do prédio do Ricardo. Ele me diz que teria que levar o Bonitinho (Ido) pra onde ele fosse, pois ia levá-lo em casa (um mais louco que eu!). Contrariada, me vi quinze minutos depois sentada na portaria do prédio, com um de cada lado. Liguei pra Bruna, que já estava de pijama, pra descer e me salvar (pegar o Bonitinho!). Contrariadíssima e depois de muita insistência, ela desceu e distraiu o Ido um tempinho. Subiu logo em seguida. E lá estava eu, com os dois, de novo. Mas foi tempo suficiente pra combinar com o Sujinho (Nadav) que íamos deixar o Ido em casa (ele mora do outro lado do mundo) pra ficarmos sozinhos. Mas ele não queria que o Bonitinho suspeitasse de nada, e saiu dirigindo em direção à minha casa, com a mala no banco de trás (Impressionante como as pessoas vão de gracinha à mala em alguns poucos capítulos, né nao?). Eu, geniosa que sou, disse pra que desse meia volta e me deixasse no Ricardo de novo, porque eu nao ia parar em casa e descer do carro como se nada tivesse acontecido. Bom, depois de rodar a cidade de ponta a ponta, o Ido ja estava dormindo. Aí sim, o deixamos em casa. Finalmente sós! Já eram umas quatro da manhã.

Na volta, nao me aguentei e perguntei da namorada dele (achando que ela seria a minha inimiga número um). Afinal, ele estava sempre na night, e sozinho. Ele me disse que namora há 3 anos e meio e que não costuma trair a menina. Mas aí que veio o pior:
- Decidi que vou passar um tempo em Londres, não sei quanto. Quero estudar culinária e voltar com dinheiro pra abrir meu restaurante.

Ele desviou os olhos da estrada e ficou esperando a minha reação. Eu pertuntei se ele ia sozinho, ele disse que não sabia ainda. Viaja em dezembro, não faz idéia de quando volta. Fui calada o caminho inteiro, so olhando pro rosto dele. Queria roubar aquele sorriso. Ele me diz `Mas o sorriso sou eu`. E eu, claro `então toma cuidado, vou te roubar pra mim`. Mesmo assimm, quando chegamos em casa, saí do carro sem dar uma palavra, coisa de menina que faz pirraça. Abri a porta de trás pra pegar a minha mala, ele virou e disse `Babe?` (que lindo!!!). Eu dei um beijinho nele e subi. Três segundos depois, já consciente de que tinha feito besteira, liguei pra ele e pedi pra me arrumar um dia dessa semana.

E ah, claro, a foto do famoso bilhetinho...

quinta-feira, setembro 21, 2006

O reencontro

Se antes minha cabeça girava como um ventilador, agora está mais pra hélice de helicóptero. Os dias passaram e o Sujinho tinha parado de roubar meus pensamentos. Até ontem. Eu, sinceramente, já estava desistindo desse encontro. Tinha absolutamente tudo pra dar errado: o cara tem namorada, eu fiquei com o Bonitinho (um dos melhores amigos dele) e mal me conhece (ou seja, não sabe quanto vale a pena me conhecer).

Nos falamos algumas vezes durante esses dias, sempre ligacões super rápidas. Ontem a tarde eu me vi cruelmente dividida: tinha que estudar pras três provas que fiz hoje, tinha recebido um convite inesperado (e muito bem vindo) de um amigo super especial pra um papo e ainda tinha que esperar o Sujinho me ligar pela terceira vez no dia pra saber se o encontro ia ou não rolar. No final das contas, fiquei em casa, sozinha, e tirei um merecido cochilo. Acordei com o telefone, era ele. Perguntou se eu ia pro centro e eu disse que não, pois tinha que estudar. Combinamos de nos falar no dia seguinte. Beleza.

Conformada com a não tão boa sorte do dia, mergulhei-me na sopa de letrinhas hebraicas. À noite, ligo pra minha amiga Renata, que estava meio dodói, e a proponho que venha pra cá. Assim eu posso cuidar dela, não fico tentada de ir ao centro ver o Sujinho, não aceito convite de amigo algum e estudo. Mas coitada da Renata, que veio pra cá fugir das 5 teenagers americanas que dividem apartamento com ela no alojamento da faculdade e fazem barulho de madrugada. Eis que nessa noite ela é acordada pela minha musiquinha Fui gostar de quem não gosta de ninguém e hoje só me resta a dor. Uma da manhã e eu estava no meu mais profundo sono, cheguei a pensar que já era meu despertador me chicoteando. Mas era ele, Sujinho Maldito!

Disse que não sabia quando ia conseguir escapar de novo, que queria acabar com essa história naquele momento, me pediu pra descer em dez minutos. Peraí! Ele me liga de madrugada, me acorda, eu tenho provas no dia seguinte, minha amiga que dorme comigo está doente... Nem eu mesma acreditei quando me peguei vestindo um casaco e escovando os dentes. Tá, pelo menos assim, mais sóbria do que nunca, ia rapidinho achar os defeitos e voltar pra cama.
Desci as escadas e, de dentro do prédio, já vi o cigarro dele queimando. Estava encostado num carro do outro lado da rua, e o dele ainda estava ligado. Cheguei e dei um tapinha nele 'Isso é por ter me tirado da cama no meio da madrugada'. Ele riu e me disse 'Fala'. A situação não era nem um pouco parecida com as várias que eu tinha imaginado, nas quais tinha resposta pronta pra tudo. Fiquei muda. Entao ele olhou nos meus olhos e disse 'Eu não posso'. Pensei em de cara falar 'então beleza' e voltar pra cama, mas o olhar sincero e profundo dele não deixou. E eu resolvi falar o que estava sentindo. Disse que tinha pensado nele demais (considerando as proporções) e que não queria deixar ele ir embora até que eu visse que ele é tão imbecil quanto os outros homens e que eu não estava perdendo nada. Mas ele sempre me surpreende! Pensativo, diz que a atração que eu sentia era recíproca mas que não queria magoar a namorada dele e nem a mim. Disse que eu merecia mais do que ele podia me dar, blá blá blá. Essa história é conhecida minha.
Mas ele tava certo. Que fofo! Que olhar!

Então só me restava um último artifício pra ter certeza de que realmente não valia a pena gastar energias com ele, o beijo. Pelo que eu conheço dos israelenses, as chances de ser bom eram mínimas. Mas claro que o final dessa história já está previsível. Ele cedeu ao meu pedido de um beijo e daí... Incrível! Eu não estava acreditando. E, pior: depois do beijo, falou que meu pedido tinha sido atendido e que continuar só ia nos fazer mal, por mais que nos desejássemos.
Eu já não podia mais! Onde estavam os malditos defeitos?! Com o coração meio que apertado por saber que (pelo menos por hora), não podia esperar nada dele, resolvi curtir aquele momento. E pedi que ele fizesse o mesmo. Me fez mil perguntas: 'Mas você não vai se magoar?`, `Tem certeza de que você vai ficar bem? E o Ido, pode ficar chateado comigo se souber, imagina...`. Mas tá, fofura tem limite. Eu o respondi 'Vem cá, você é D´s pra ficar buscando justiça em tudo?`. A piadinha quebrou o gelo e ele voltou a ser o mesmo menino extrovertido e risonho que eu conheci. E passamos horas em frente ao prédio, trocando beijos e risos.
Às três e meia da manhã, voltei pra casa. Ainda podia escutar a promessa que me fez, de que nos veríamos de novo em breve.

Acordei às seis e meia da manhã e fui pra faculdade com a sensação de que tive um sonho muito bom, e tentava recuperar cada pedacinho dele.
Agora, meus amigos... Quero opiniões. Vocês, que leram o post anterior e que me conhecem... Estarei eu me metendo em mais uma furada? Segundo meu atual flatmate, o cara é mais esperto do que eu penso, e é assim fofo pra me deixar na mão dele e ter quando quiser. Ele, que já está se acostumando com as minhas historias, gritou hoje um 'tá apaixonada' que me fez correr pro quarto. Eu, obvio, acho que a relação dele não deve estar das melhores, e que por isso me deu abertura. Portanto, não seria tão ingênuo achar que ele pode realmente, em algum momento, terminar o namoro, não? Penso em tantas coisas ao mesmo tempo... Quando ele vai me mostrar que é tão idiota quanto os outros? Considerem que os israelenses costumam ser mais fiéis do que os brasileiros, e não costumam suportar traição. Ele tem o que eu gosto dos israelenses e a educação e sensibilidade britânicas (da mãe dele). Onde é que eu fui amarrar meu burro?! Comentários, amigos!

domingo, setembro 17, 2006

A escolha errada, de novo!

Foi o bilhetinho que começou tudo. Depois de várias semanas de busca por apartamento, confinamento de estudos pro curso de verão da universidade e otras cositas mas, minha vida ganhou um pouco mais de ação ontem à noite. Aliás, já era hora: além de tudo, ando sofrendo com terríveis dores nas costas e a leitura de um livro sinistro `Quando Nietzsche chorou`. Enfim, lá estava eu, nesse fim de verão de Jerusa, sentada com meus queridos amigos Ricardo e Andrea no simpático restaurante Bolinat. Como que combinado, os olhares da mesa secaram um bonitinho que sentou numa mesa próxima com os amigos.

Comida, bebida, e muito papo depois, hora de seguir para o próximo destino: Babete. Esse lugar tem o melhor waffle e o melhor chocolate quente desse país. E acreditem, no fim de verão ierushalmi, um chocolate quente com waffle já cai bem. Mas como ir embora e deixar o bonitinho, com quem tinha passado a noite toda trocando olhares? É aí que entra o bilhete na história. Em português, escrevemos (ou melhor, escreveu o Ricardo, autor da cantada de gênio): `Você é uma gracinha, queria te conhecer`. E depois, em hebraico, completamos: `Para tradução do português, ligue para 054 814 0988 (meu numero de telefone, por acaso). Eu, que só sou sem vergonha quado é pra servir de cupido pros outros, saí correndo e nem vi a reação do bonitíssimo. Pros amigos, sou ótima: no último mês, o Gabito comecou a namorar com uma menina arrumada também pela dupla Ricardo e Nathalia, e Fabio & Renata (por esse casal o merito é unicamente meu) estão em lua-de-mel total. Os dois casais estão felicíssimos. Tá na hora da minha tática começar a funcionar em benefício próprio.

Voltando. Saí da Bolinat e fui com a Deia na Babete. Eis que, a caminho do ponto de ônibus, toca o telefone. (Meu novo toque merece algumas linhas. Música do cd Casa de Samba, o trecho que diz Fui gostar de quem não gosta de ninguém e hoje só me resta a dor; por isso eu subi mais de 1800 colinas; não vi nem a sombra de quem eu desejo encontrar; óh Deus eu preciso encontrar meu amor; pra acabar com a saudade que quer me matar`). Enfim, toca a música e do outro lado da linha ´Eh em relacao a uma tradução...`, hehehe. Em 5 minutos, estávamos eu e Deia novamente no Bolinat, sentadas com o Bonitíssimo e com os amigos dele. O Bonitinho tem nome, Ido. Ele era mesmo uma gracinha! Mas foi só eu me aproximar da mesa e percebi que o Bonito Perfeitinho não era a presa ideal. Sentado ao lado dele, um sujinho ótimo. Adoro esses sujinhos. Não posso nem dizer que ele era bonito. Branquinho, cabelos pretos bem mal penteados (e mal distribuídos também, por sinal), usava óculos quadrados.

O que o Ido tinha de bonitinho, tinha de tímido. E eu, apesar de ter sido sentada do lado do meu Bonitinho, só dava papo pro Sujinho. O café terminou e logo o Sujinho (que também tem nome, aliás. Nadav) anuncia: `Gente, hora de ir pro Gong`. `Logo pro Gong?`, eu pensei. É meu pub preferido! Mas eu tinha que dormir cedo... Em um segundo, chutei o anjinho e agarrei o diabinho, que implorava por uma diversão mais incrementada pra aquela noite. Eu, Deia, Ido, Nadav e um terceiro amigos deles (esse não, não tem nome), fomos pro Gong. Cada vez mais, o jeito extrovertido e brincalhão do Nadav ia me conquistando. Na mesma proporção que o Bonitinho ia sentando mais perto de mim.

Nadav levanta pra ir ao banheiro (o banheiro do Gong merece um post a parte!), e eu vou atrás. Ele está numa das cabines, eu estou ajeitando o cabelo em frente ao espelho. Ele sai, me olha, eu olho pra ele... E chega o Bonitinho! Se aproxima e diz `Sei que você não me pediu minha cia., mas mesmo assim quis vir`. Ufff! Voltamos pra mesa. Eu resolvo ser mais objetiva, e numa das piadas digo pro Nadav que ele era o mais legal dos três. Ele diz que não, que é o Ido. Ai, que amigo fofo! Tudo me encantava mais no Sujinho. Mas o Bonitinho estava fechando o cerco. Depois dessa indireta do Nadav, resolvi ceder ao Bonitinho e nos beijamos. Mas não adiantou, eu queria o Sujinho! Sou teimosa!

Saímos de lá e fomos pra outro bar. Sugestão do Sujinho, claro. Parecia não querer que a noite acabasse. Os meninos tinham mesmo jeito de `baladeiros`, como diriam meus amigos paulistas. Conhecem todo mundo em todos os bares, param na rua pra falar com as pessoas, ganhar doses de whisky de graça. Sentamos no segundo bar, um Irish Pub ali perto. O Sujinho ficava pedinho pra Deia ensinar frases lindas! Enquanto o meu Bonitinho só aprendeu a falar um interesseiro `eu te quero`. Ufff! Mas os olhares não pararam. O Nadav é cozinheiro de um restaurante no centro, e o papo era cozinhar pra gente. Ele diz que adora, e que pra namorar com ele tem que ser gordinha. Opa!!! Comigo mesmo. Pede uma batata e comeca a me dar na boca, dizendo que eu tinha que engordar mais uns 20 kilos. Fim de noite se aproximando, eu pedi o telefone dele (mulher de atitude!). Me diz que o número que me ligou da Bolinat era o dele, e mostra meu número na lista de chamadas efetuadas. E diz que é casado. Explicado. Mas eu dei uma de brasileira, claro, não acreditei. Perguntei pro Bonitinho, que confirmou. Eu não me conformei. Pior: Beijo de despedida e ele me diz ao pé do ouvido `se não fosse por isso, você já seria minha`. O Bonitinho me esperava lá fora. Saí do bar e aí me conformei com o destino, o Bonitinho ia me levar em casa. Não era tão má sorte assim.

Mas minha cabeça está no Sujinho! Como vou fazer pra falar com ele? A amiga gênia de vocês tem a idéia de olhar nas chamadas recebidas. Na mesma hora, cinco da manhã, enquanto me remexia na cama, liguei. Não atendeu. Não satisfeita, mandei mensagem no dia seguinte, curta e grossa: quero falar com você. Passam algumas horas e ele me liga. Me pergunta o que é que eu quero, bem israelense. Eu respondo. Ele diz que não pode, tem namorada, blá blá blá. Os dois lamentam. Já sem paciencia pra insistir - já tinha sido bem incisiva -, desligamos. Mas claro, a cabecinha não pára de pensar. Chego em casa e resolvo mandar uma nova mensagem de texto. Queria pelo menos vê-lo novamente, pra tirar essa idéia fixa da cabeça, que me perseguiu o dia inteirinho. Se o visse de novo isso ia acontecer, com certeza. Eu sempre me desiludo com homens rápido! Era só o encontrar, achar mil defeitos e pronto, bola pra frente. Mas ele é fofo demais... Fiel! Eita, coisa rara. Consegui, no final da ligação, que marcassemos um dia da semana pra conversar. E minha cabeça gira como um ventilador...