Pensamentos, idéias, histórias... Nathalhices!

Minhas aventuras pela Terra Santa!

sexta-feira, janeiro 19, 2007

Palhaçadas

Sete e quarenta e cinco da manhã de sexta-feira. Nem acredito que meu despertadou já tocou. Não faz nem um segundo que me atirei na cama! Lembro aos esquecidos que não se trabalha aqui em Israel na sexta-feira (em compensação, nossa semana começa no domingo. Cá pra nós, muito pior. Sem contar que tudo fecha às 3 da tarde. Vou sair daqui correndo pra comprar comida e me abastecer para o shabat. Correndo, hã? Mal consigo manter meus olhos abertos. A russa que tá trabalhando atrás de mim não pára de falar a língua que eu mais irritante do mundo e não me deixa apagar a luz da sala. Além de tudo, acho que ela tá com um probleminha de gases... The feeling is "I wanna die")

Vou dormir o fim de semana inteiro. Assim vou me sentir cumprindo o sagrado dia do descanso, pelo menos uma vez. Não vou nem acender a luz. Durante toda a semana, durmi uma média de 4 horas por noite. Dia, noite e madrugada preparando o trabalho que me deu mais trabalho do que a minha monografia.
De tão difícil que foi, cheguei a pensar que eu tinha algum problema. Mas não, é a falta de costume de quem estudou (jornalismo) no Brasil.

Aqui na Hebrew University não tem moleza mesmo. Essa matéria, Relações Internacionais no século XX, dura um ano. Nesse primeiro trabalho cada um recebeu um tema e tinha que fazer uma pesquisa histórica. A tal pesquisa durou cerca de dois meses. 15 páginas, pelo menos 8 fontes, sem usar duas no mesmo autor e de décadas diferentes.

Meu tema? Precisava responder à interessantíssima pergunta "Quais os motivos da não intervenção francesa na Guerra Civil Espanhola?". Li tanto que me sinto íntima do ex Premier francês, Léon Blum. O Ministro de Relações exteriores da Inglaterra então... amigão imaginário. Pensei tanto neles durante as últimas noites que invés dos gatos (que não, ainda não envenenei), é capaz de virem os dois pra puxar meu pé à noite.

Se vocês estão imaginando "Ora pois, pra que serve a nossa amiga internet?", não pensem que isso não me passou pela cabeça desde o primeiro instante. Mas vejam bem: Não tem intervenção, não tem material. E olha que eu fuxiquei mesmo...

Bom, passado. Meu filho nasceu, espero que saudável. Agora é hora de (dormir e) me preparar pras provas, que começam semana que vem. Se eu sobreviver a isso, meus caros, consigo tudo mais que eu quiser no mundo.

Mas vamos falar besteira porquê eu não aguento mais isso. Sujinho?

Como contei no post anterior, voltamos a nos falar essa semana. Todo Santo dia.
Anteontem ele me contou que, quase por milagre, passou muito bem na prova de Gastronomia mais sinistra da Inglaterra e que recebeu uma proposta milionária de uma Universidade (que eu obviamente esqueci o nome) pra ser chef lá. Nos dois dias seguintes, ia fazer provas práticas e disse que esse trabalho era tudo que ele queria.

Bom, eu fiquei super feliz por ele, né? Afinal, nos falamos quase que todos os dias desde que ele se mudou pra la, e o coitado estava sofrendo mesmo... Sozinho, trocando todo dia de trabalho...
Fiquei realmente muito feliz, e mais ainda por sentir que ele estava compartilhando aquele momento comigo, sabem?

Eu disse pra ele que realmente estava pensando em ir visitá-lo em Londres, um fim de semana que seja. Ele me pergunta "Esse agora?", eu digo "Não, palhaço, depois das provas". E aí ele me responde " Ah, tá. Nesse vem a minha namorada".

Parece que a palhaça aqui sou eu. Desejei boa sorte e desliguei.
Espero que dessa vez eu tenha aprendido a lição.

sábado, janeiro 13, 2007

Muitos gatos!!!

Tá, muito tempo, blá blá... Vamos ao que interessa.

Antes de tudo, quero pedir a opinião dos meus queridos amigos sobre a seguinte questão:
Eu moro no térreo do meu prédio. A rua que faz esquina com a minha é uma ladeira (como toda a cidade é, cheia de ladeiras) e acaba que uma das minhas janelas do quarto é no nível da calçada.

Deu pra entender? Tipo, da minha janela eu veria os pés das pessoas que passam na rua. Isso se não tivesse um jardim muito mal cuidado em volta. O problema é que nesse jardim, que fica na minha janela, mora uma família de gatos.

Do jeito que no Brasil tem cachorro vira-lata, aqui tem mil vezes mais gatos-assustadores. Eles miam, brigam, se multiplicam... Tudo na minha janela. Já me acostumei a acordar com um mesmo miau todo santo dia.

Mas meus dias de paciência acabaram. Minhas cada vez mais raras horas de sono não vão ser mais interrompidas pelos malditos felinos. Decidi então que eu ia colocar um veneninho em volta da minha janela.

Por acaso, contei pro Ricardo do meu plano. Na hora ele me vetou. "Coitados, são animais, blá, blá, blá...." O discurso não me comoveu. Paulinha que não leia isso! Devo estar ficando malvada mesmo.

Então o Ri passou pro plano B, que surtiu muito mais efeito. Me disse que os gatinhos iam morrer na minha janela, e eu ia sentir o cheiro de gato morto e ia ter que tirar eles de lá, ou senão que viriam ratos come-los... Terminou dizendo ainda que eu ia ter muito trabalho, afinal, os gatos tem sete vidas e eu ia sentir puxadas no pé à noite.

Tanto tormento, coloquei a cabeça dos bichanos à prêmio no messenger. Entrei com o nick "Um prêmio pra quem matar os gatos da minha rua, todos!".

Teve quem quisesse levar pra casa, teve quem me perguntasse que tipo de gato era (que inocência dessa pessoinha, se fossem dos gatos que falam eles não passariam as noites do lado de fora do quarto). Até que veio a minha tia com um conselho genial, colocar calmante do lado da janela. Assim eles dormem também e me deixam em paz.
Isso me faria menos malvada, não?
Alguém tem alguma outra sugestão ou não quer mais falar comigo porque eu sou muito cruel?

Dito isso, vamos às rapidinhas:

* Nevou aqui em Jerusa. Finalmente uma vantagem em viver aqui nesta vila. Cancelaram até as aulas, foi lindíssimo. Me meti num restaurante italiano, comi massa e tomei vinho enquanto assistia àquelas coisinhas branquinhas caindo do céu. Olhem aqui que lindo.

* O Sujinho voltou. Não pra Israel, mas pra minha vida. Resolvi ligar pra ele depois de 3 semanas. Ele me contou que terminou o namoro. Voltamos a nos falar todo dia. Eu quero ir pra Londres!!!

* Meu ano novo foi à la Rio de Janeiro. Como durante o ano inteiro eu vou pro Yoshua, nada mais justo do que ir pra lá na noite do dia 31 de janeiro também - especialmente porque as opções em Jerusa são escassas. Para minha surpresa, tinha uma festa bombante. Apesar de ter aula no dia seguinte, deu tempo de beijar à meia noite. Quem? Não, com esse nem vale a pena perder tempo escrevendo. O importante é que na hora foi ótimo. Jerusalem tá ficando pequena demais pra mim!

* Fim de semestre aqui, tô numa correria louca tentando escrever os trabalhos, estudar pras provas, aguentar o trabalho - às vezes de madrugada - na Agência Judaica e ainda ter tempo de cozinhar, arrumar, etc, etc. Não é mole não. Nem eu sei porque vivo rindo.
Mentira, sei sim. "Os felizes não têm pressa"