Ontem foi meu último dia de Agência Judaica. Apesar de todas as coisas não tão legais que vivi lá, vou sentir muitas saudades! Como vocês sabem, agora eu estou me concentrando nos estudos, pra passar pro mestrado de uma vez. Só tenho mais dois meses de aula, e por isso resolvi sair do trabalho e me dedicar mais a faculdade.
Foram 7 meses. Já é o meu trabalho mais longo em Israel. Conheci pessoas incríveis, ri muito, brinquei muito, aprendi muito. Além de trabalhar com pessoas realmente especiais, num clima fantástico (quando a chefe não estava, óbvio! Isso muda tudo... Hehehe), senti na pele o que é trabalhar nessa organização enorme e viver coisas como as que eu vivi ontem.
Um dos brasileiros que eu fiz o processo de
aliá (
aliá é quando alguém vem morar em Israel. A tradução literal é
subida - à Terra de Israel) me mandou um e-mail lindo:
"... Ela verificou que a vaga no
Merkaz Klitá (centro de absorção para imigrantes) já está reservada pra mim, e aqui, não tenho palavras pra lhe agradecer, Nathalia! Muito, muito obrigado, de coração! Inclusive lá na Agência Judaica de São Paulo há um mural com alguns e-mails de
olim e há um que agradece a você por todo o apoio e tudo mais. Falta exatamente um mês para enfim eu decolar aí pra ISRAEL e poder dar novos e reveladores rumos na minha vida, junto com vocês aí!"
Fofo!! Senti que eu realmente contribui com os objetivos da Agencia, que segundo eles mesmos, são a
aliá, intensificar a relação entre os judeus de Israel e da Comunidade judaica brasileira, fortalecer a identidade judaica, fortalecer o Estado de Israel como um Estado de todos os judeus. Pode parecer piegas, mas isso faz parte de mim! Como o Gabriel diria, me fizeram lavagem cerebral!! Hehehe
Bom, deixando o assunto "sério" de lado, ontem foi meu último dia e dois dos meninos que trabalham lá (e sempre trabalhávamos a noite juntos) me fizeram uma surpresa que também me emocionou.
Nesses meses lá, muita gente já foi embora. O esquema é sempre assim:
O mais próximo à pessoa passa de um em um e explica que o fulano vai partir e pede contribuição $$$ pro bolo. Todo mundo dá um pouquinho e nunca é suficiente pra comprar a parada, ou seja, o amigo tbm paga o resto do bolso dele. Daí na hora que o bolo chega, aquele bando de gente - a maioria que você não sabe nem o nome - se junta em volta do bolo e a pessoa é chamada. Aí ela tem que fazer um discursinho, sempre recheado de piadas sem graça, seguidos de um discurso do chefão que sempre agradece a enoooooorme contribuição de tal pessoa - mesmo que ele nem lembre o nome dela. Meio patético.
Pois a minha despedida foi diferente. Primeiro, o Ezequiel (um argentino fofíssimo que trabalhava comigo) tinha que ir embora há horas e ficou lá, de papo comigo, me olhando com uma carinha de "agora não vamos mais rir juntos todos os dias". Mas ainda nos encontraremos muito nos bares de Jerusa!
Um desses meninos que estavam de plantão ontem, o Ioni, me disse que ia comprar sorvete. O Ioni é um holandês de uns 25 anos, meio religioso, meio gordinho e muito, mas muito engraçado. Uma meia hora depois, os dois me chamam pro sorvete. Na mesa, toda arrumadinha, bolo, biscoitos, batata, refrigerantes, o sorvete que eu mais gosto, e os dois com apitos na boca. E ah, uma garrafa de whisky. Ai, chorei de novo! Foi a despedida mais sincera e bonita que eu já vi lá no trabalho.
Que D´s continue colocando no meu caminho só felicidades!
