Pensamentos, idéias, histórias... Nathalhices!

Minhas aventuras pela Terra Santa!

domingo, setembro 17, 2006

A escolha errada, de novo!

Foi o bilhetinho que começou tudo. Depois de várias semanas de busca por apartamento, confinamento de estudos pro curso de verão da universidade e otras cositas mas, minha vida ganhou um pouco mais de ação ontem à noite. Aliás, já era hora: além de tudo, ando sofrendo com terríveis dores nas costas e a leitura de um livro sinistro `Quando Nietzsche chorou`. Enfim, lá estava eu, nesse fim de verão de Jerusa, sentada com meus queridos amigos Ricardo e Andrea no simpático restaurante Bolinat. Como que combinado, os olhares da mesa secaram um bonitinho que sentou numa mesa próxima com os amigos.

Comida, bebida, e muito papo depois, hora de seguir para o próximo destino: Babete. Esse lugar tem o melhor waffle e o melhor chocolate quente desse país. E acreditem, no fim de verão ierushalmi, um chocolate quente com waffle já cai bem. Mas como ir embora e deixar o bonitinho, com quem tinha passado a noite toda trocando olhares? É aí que entra o bilhete na história. Em português, escrevemos (ou melhor, escreveu o Ricardo, autor da cantada de gênio): `Você é uma gracinha, queria te conhecer`. E depois, em hebraico, completamos: `Para tradução do português, ligue para 054 814 0988 (meu numero de telefone, por acaso). Eu, que só sou sem vergonha quado é pra servir de cupido pros outros, saí correndo e nem vi a reação do bonitíssimo. Pros amigos, sou ótima: no último mês, o Gabito comecou a namorar com uma menina arrumada também pela dupla Ricardo e Nathalia, e Fabio & Renata (por esse casal o merito é unicamente meu) estão em lua-de-mel total. Os dois casais estão felicíssimos. Tá na hora da minha tática começar a funcionar em benefício próprio.

Voltando. Saí da Bolinat e fui com a Deia na Babete. Eis que, a caminho do ponto de ônibus, toca o telefone. (Meu novo toque merece algumas linhas. Música do cd Casa de Samba, o trecho que diz Fui gostar de quem não gosta de ninguém e hoje só me resta a dor; por isso eu subi mais de 1800 colinas; não vi nem a sombra de quem eu desejo encontrar; óh Deus eu preciso encontrar meu amor; pra acabar com a saudade que quer me matar`). Enfim, toca a música e do outro lado da linha ´Eh em relacao a uma tradução...`, hehehe. Em 5 minutos, estávamos eu e Deia novamente no Bolinat, sentadas com o Bonitíssimo e com os amigos dele. O Bonitinho tem nome, Ido. Ele era mesmo uma gracinha! Mas foi só eu me aproximar da mesa e percebi que o Bonito Perfeitinho não era a presa ideal. Sentado ao lado dele, um sujinho ótimo. Adoro esses sujinhos. Não posso nem dizer que ele era bonito. Branquinho, cabelos pretos bem mal penteados (e mal distribuídos também, por sinal), usava óculos quadrados.

O que o Ido tinha de bonitinho, tinha de tímido. E eu, apesar de ter sido sentada do lado do meu Bonitinho, só dava papo pro Sujinho. O café terminou e logo o Sujinho (que também tem nome, aliás. Nadav) anuncia: `Gente, hora de ir pro Gong`. `Logo pro Gong?`, eu pensei. É meu pub preferido! Mas eu tinha que dormir cedo... Em um segundo, chutei o anjinho e agarrei o diabinho, que implorava por uma diversão mais incrementada pra aquela noite. Eu, Deia, Ido, Nadav e um terceiro amigos deles (esse não, não tem nome), fomos pro Gong. Cada vez mais, o jeito extrovertido e brincalhão do Nadav ia me conquistando. Na mesma proporção que o Bonitinho ia sentando mais perto de mim.

Nadav levanta pra ir ao banheiro (o banheiro do Gong merece um post a parte!), e eu vou atrás. Ele está numa das cabines, eu estou ajeitando o cabelo em frente ao espelho. Ele sai, me olha, eu olho pra ele... E chega o Bonitinho! Se aproxima e diz `Sei que você não me pediu minha cia., mas mesmo assim quis vir`. Ufff! Voltamos pra mesa. Eu resolvo ser mais objetiva, e numa das piadas digo pro Nadav que ele era o mais legal dos três. Ele diz que não, que é o Ido. Ai, que amigo fofo! Tudo me encantava mais no Sujinho. Mas o Bonitinho estava fechando o cerco. Depois dessa indireta do Nadav, resolvi ceder ao Bonitinho e nos beijamos. Mas não adiantou, eu queria o Sujinho! Sou teimosa!

Saímos de lá e fomos pra outro bar. Sugestão do Sujinho, claro. Parecia não querer que a noite acabasse. Os meninos tinham mesmo jeito de `baladeiros`, como diriam meus amigos paulistas. Conhecem todo mundo em todos os bares, param na rua pra falar com as pessoas, ganhar doses de whisky de graça. Sentamos no segundo bar, um Irish Pub ali perto. O Sujinho ficava pedinho pra Deia ensinar frases lindas! Enquanto o meu Bonitinho só aprendeu a falar um interesseiro `eu te quero`. Ufff! Mas os olhares não pararam. O Nadav é cozinheiro de um restaurante no centro, e o papo era cozinhar pra gente. Ele diz que adora, e que pra namorar com ele tem que ser gordinha. Opa!!! Comigo mesmo. Pede uma batata e comeca a me dar na boca, dizendo que eu tinha que engordar mais uns 20 kilos. Fim de noite se aproximando, eu pedi o telefone dele (mulher de atitude!). Me diz que o número que me ligou da Bolinat era o dele, e mostra meu número na lista de chamadas efetuadas. E diz que é casado. Explicado. Mas eu dei uma de brasileira, claro, não acreditei. Perguntei pro Bonitinho, que confirmou. Eu não me conformei. Pior: Beijo de despedida e ele me diz ao pé do ouvido `se não fosse por isso, você já seria minha`. O Bonitinho me esperava lá fora. Saí do bar e aí me conformei com o destino, o Bonitinho ia me levar em casa. Não era tão má sorte assim.

Mas minha cabeça está no Sujinho! Como vou fazer pra falar com ele? A amiga gênia de vocês tem a idéia de olhar nas chamadas recebidas. Na mesma hora, cinco da manhã, enquanto me remexia na cama, liguei. Não atendeu. Não satisfeita, mandei mensagem no dia seguinte, curta e grossa: quero falar com você. Passam algumas horas e ele me liga. Me pergunta o que é que eu quero, bem israelense. Eu respondo. Ele diz que não pode, tem namorada, blá blá blá. Os dois lamentam. Já sem paciencia pra insistir - já tinha sido bem incisiva -, desligamos. Mas claro, a cabecinha não pára de pensar. Chego em casa e resolvo mandar uma nova mensagem de texto. Queria pelo menos vê-lo novamente, pra tirar essa idéia fixa da cabeça, que me perseguiu o dia inteirinho. Se o visse de novo isso ia acontecer, com certeza. Eu sempre me desiludo com homens rápido! Era só o encontrar, achar mil defeitos e pronto, bola pra frente. Mas ele é fofo demais... Fiel! Eita, coisa rara. Consegui, no final da ligação, que marcassemos um dia da semana pra conversar. E minha cabeça gira como um ventilador...