Hapiness is a conscious choice, not an automatic response

La estava eu. Yoshua com amigos, amigas, rindo, me divertindo. O Erez, melhor amigo do Roy, estava la. O Erez me trata super bem, tivemos problemas no inicio, mas depois que eu e Roy nos separamos, descobrimos um ao outro. Sentei com ele no bar. Conversar com ele eh como estar ao lado da metade do Roy. So falo nesse assunto. Nao tem outro jeito.

Eu contei pra ele que tinha saido com outro cara. Ele disse sim, voce tem que fazer isso memso. Eh uma menina bonita, sexy, inteligente, divertida - vai encontrar outra pessoa. E ai ele emenda sim, o Roy tambem saiu com uma menina, ja fazem duas semanas que ele nao fala de voce. Eu vi uma foto da menina, bonitinha, mas nao como voce. Nao sei o que que ta rolando entre eles, mas voce sabe, sexo eh uma necessidade enorme entre nos.

Nao pude me controlar. Toda a minha pose de quem a cada dia fica horas escolhendo a melhor roupa pra sair, so pra se sentir pra cima; meu sorriso; minha vontade de continuar bebendo aquela cerveja; tudo desapareceu e comecaram a rolar lagrimas dos meus olhos, sem parar. O Erez estava concentrado em buscar com os olhos a presa do dia no bar, e nao reparou. Como eu fiquei muito tempo quieta, ele olhou pra mim e disse nao fica assim, eu disse que tinha que ir sentar com as minhas amigas, e sai sem dizer tchau.

Sentei com as minhas amigas, que estavam numa mesa do outro lado do bar. E chorei, chorei, chorei. Quando cansei de escutar os conselhos de cada uma "voce merece algo muito melhor, voce logo vai esquecer, voce eh linda, inteligente, bla bla bla bla...", me tranquei no banheiro pra chorar as mais dolorosas lagrimas. Quando eu voltei, peguei o celular e mandei uma mensagem pra ele, dizendo que eu queria conversar. Sabia que ele estava no Jabotinsky, trabalhando, e aquela hora, duas da manha, devia estar saindo. Claro que eu nao tive resposta.

Mas o que ele nao esperava era ir tomar cerveja depois do trabalho e me encontrar. Quando o vi entrando no Yoshua, meu coracao acelerou de uma maneira inexplicavel. Por um instante, eu pensei que o Erez tinha dito pra ele que eu estava la, e que ele apareceu para conversarmos. So por um instante memso, porque apesar do bar ja vazio, ele nao veio me dizer oi. As meninas se apressaram em pedir a conta, mas eu teimei em ir falar com ele.

Eu tinha uma cara pessima. Chorei a noite toda e estava profundamente decepcionada. Afinal, ele esta pronto pra sair com outras, e comigo nao? Necessidade enorme de ter sexo?! Enfim, fui ao seu encontro, e ele me ignorou ate que eu o cutucasse e o chamasse para conversar. Sentamos e ele disse "porque eh que voce esta irritada? voce ainda nao entendeu que acabou? cada um segue a sua vida". Ele colocou a mao na minha perna, num gesto de "conforto", e eu me irritei mais e pedi para que nao me encostasse. Eu nao conseguia falar nada. Ele escondia um certo sorriso. O que foi pior, ai escutei essas besteiras que ele disse. Ele disse que nao queria ter me feito nenhum mal e que queria que eu fosse feliz. Eu disse que tambem queria que ele fosse feliz com a nova menina. Ele me diz "que nova? estou sozinho". Eu pedi para que ele parasse de mentir. Ele disse que ja voltava, eu o chamei, tentando impedir, e ele levantou e saiu do bar.

Estava la fora no telefone, de certo com o Erez pedindo explicacoes. Ele demorou muito, achei que nao fosse voltar. Minhas amigas tentando me levar embora do bar e eu dizendo que nao ia sair dali por nada. Ai veio a Neri, e me disse que ele a pediu para que me levasse pra casa. Eu nao podia acreditar em que tipo de cena, de que nivel, eu tinha chegado. Me senti tao rejeitada, tao pouco, que fiquei sem palavras. Toda minha seguranca fugiu. Ele voltou e eu o pedi pra sentar, e ele disse que nao, que ja conversamos muito, nao tem mais o que dizer, acabou.

A Neri olhando e esperando que eu me levantasse. Eu insisti, ate que ele sentou. Eu disse pra ele que era uma pena pra ele o que estava acontecendo, porque ele nao ia encontrar ninguem que o quisesse tao bem. Ele me cortou no meio da frase, e eu disse "relaxa, nao te quero de volta e nunca vou querer". Senti que aquel conversa realmente nao tinha proposito. Ele nao queria me escutar. E eu nao sei porque eu queria falar com ele. Devia ter dito quanto mal ele me fez, que eu detesto as mentiras dele, que eu estou sofrendo muito por causa disso e que eu nao mereco, depois de tanto tempo esperando a "pessoa certa" para me envolver, cair nas maos de uma pessoa assim.

Ele me disse que nao era uma ma pessoa e que queria me ver bem. De novo. Eu olhei nos olhos dele e so pude dizer "em toda a sua vida, nao fale comigo, nao me olhe mais nos olhos". E me levantei. Enquanto eu saia, ele disse "desculpa se eu te magoei", e eu ainda respondi "sei, sei" (tipo "vc esta muitissimo arrependido mesmo... ironicamente, obvio). E sai do bar.

As meninas me esperavam la fora, mas nem a elas eu pude encarar depois de mais essa humilhacao. Sai andando na frente e entrei no primeiro taxi, sem trocar uma palavra ou dizer tchau. No caminho pra casa, so uma lagrima se atreveu a cortar o meu rosto. Cheguei em casa e peguei todas as cartas de amor que eu escrevi pro Roy, e a ultima, que estava em cima da minha mesa esperando por uma oportunidade para ser lida pra ele, e as picotei.

Apaguei o numero do telefone dele outra vez, e pra garantir que nao ia encontrar novamente o maldito telefone, apaguei todas as 240 mensagens que eu carinhosamente colecionava na minha caixa de entrada do celular. Nao so dele, obvio. Mas muitas. Depois vi que o numero para o qual voce mandou a ultima mensagem, fica gravado assim mesmo, e o apaguei tambem. Fui pra cama.

Se eu tinha alguma esperanca - e acreditem, eu tinha muitas - ela morreu. A mesma intensidade do amor que eu senti por ele, eh a intensidade dessa dor que teima em nao sair do meu peito, apesar do tempo. Now it's over. Conscientemente, escolho pelo caminho da felicidade.