Pensamentos, idéias, histórias... Nathalhices!

Minhas aventuras pela Terra Santa!

sábado, janeiro 21, 2006

Ah, Pardesya!


Eh nesse pequeno `condominio` chamado Pardesya(pq eh um lugar do tamanho de um cond de casas no Leblon), ha 20 minutos de Tel Aviv, que vivem os meus melhores amigos israelenses. Um lugar lindo, casas enormes, familias juntas no Shabat, clima de paz. A familia da Adi, minha amiga ha uns 3 anos - com quem viajei p Bahia tb em 2003 e 2005, p quem lembra dela - me adotou. Literalmente. Uns fofos! Mas isso eu conto outro dia. A questao eh q depois de um telefonema no meio da semana da mae dela e de um casal de amigos que voltaram p Israel depois de um ano fora, resolvi chutar o balde e viajar p la no fds.

Eu to no aperto pra entrar no onibus, falando no cel com minha querida mamae. Dai vira um mané pra mim, soldadinho, e fala: ` Posso usar seu celular? Esqueci o meu...` Eu, que ja tenho identidade israelense ha 6 meses, aprendi a ser mto mal educada qdo quero (mais do q ja era, hehehe) e lhe disse que nao. Bom, passado do evento, sento e comeco a escutar minha musica quietinha, viajando nos meus pensamentos. No meio da viagem vira uma francesa e grita p uma amiga, do outro lado do onibus `bla bla bla bla... PIGÚA...TEL AVIV'. Bem, como vcs perceberam, as duas unicas palavras que eu entendi foram pigúa (atentado, em hebraico) e Tel Aviv. Na hora peguei o telefone e liguei pro Cezar, meu amigo que mora la, pra saber se ele sabia de algo e se estava bem. Ele estava bem longe de la, Gracas a Ds. Liguei p outro amigo, q devia estar em casa, e pedi p ver na TV q q tinha acontecido. O onibus comeca todo a pipocar em telefonemas... Eu, no caminho p pacata Pardesya, estava na altura de Tel Aviv, vendo de longe os predios mega altos. E no meu discman o refrao 'Aravi palestinai, yehudi argentinai, ze lo meshane kulam bnei adam'... Que significa 'Arabe-israelense, judeu argentino, nao importa, sao todos serem humanos'. Uma musica que pede paz. Me deu uma tristeza tao grande.... E tambem um desespero, nao sabia das dimensoes do atentado. So sabia que tinha sido na rodoviaria de Tel Aviv. Sem querer assustar, eu poderia perfeitamente estar la naquela mesma hora.
Depois de alguns minutos de radio alto no onibus, ficamos sabendo que nao morreu ninguem. Entao o atentado nao era mais assunto. Afinal, qta energia pode-se gastar nisso, num pais que ta cansado de sofrer com essas coisas. Hoje mesmo o Yaron, irmao da Adi, me trouxe ate em casa (uma hora de viagem de carro). No caminho, veio me explicando o que sao umas placas e restos de carrros que 'enfeitam' a subida pra cidade onde vivo. Guerra, claro. E me disse 'Pensa que em cada lugarzinho q vc passa, passeia, acha bonito, ja morreram mtas pessoas nesse mesmo lugar, pra que a gente possa ter isso'. E me mostra outra placa em lembranca a um onibus, explodido por outro homem bomba, ha uns poucos anos atras. Triste demais. Nem tenho mais comentarios.

Bom, mas no meu final de semana a dor dessa situacao foi ofuscada pelas pessoas queridas que revi e por toda a bagunca que fizemos juntos! Cheguei de surpresa em Pardesya. Clima beeem menos frio que aqui, por sinal. Na primeira noite, depois de acender as velas de shabat e jantar em familia, saimos pra um pub/ dance bar proximo a Pardesya. Surpreendentemente, o lugar era muuuito bom. Todos dancando em volta de um bar enorme, eu com os amigos que viajaram comigo pelo Brasil... Me senti quase que de volta la na Bahia, se nao fossem as musicas em hebraico que tocavam entre um hip hop e uma eletronica! :D
Ja a segunda noite.... Vou deixar pro proximo post, ne? :D